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Autismo e Dia Nacional de Combate ao Bullying

  • Foto do escritor: kylquintela
    kylquintela
  • 7 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

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Sam é um adolescente autista que está no ensino médio (aqui valem parênteses: a combinação adolescente e ensino médio por si só já pode denotar um desafio a nível da “Odisseia”, insira “autista” na equação e teremos “os 12 trabalhos de Hércules”) e começa a se interessar por relacionamentos amorosos. As tentativas de colocar em prática as orientações de sua terapeuta e os conselhos inusitados de seu amigo Zahid lhe rendem diversas experiências (nem todas bem sucedidas) com garotas, que vale à pena conferir.

Sam é tímido, um pouco inseguro e tem baixa autoestima – assim como boa parte dos adolescentes –, além do mais, devido ao autismo, tem hipersensibilidade auditiva e tátil, literalidade, ecolalia (repetir palavras/frases), dificuldade para interação social e hiperfoco (é obcecado por pinguins e pela Antártida) – um “prato cheio” para torná-lo um dos principais alvo de bullying (não fossem os cuidados da sua irmã, Casey, estaria preso no armário todos os dias) na escola. Seus pais são bastante compreensivos, embora sua mãe seja superprotetora e tenha medo de que o filho se decepcione, ao experimentar novos desafios.

Atypical estreou em 2017 e foi muito bem recebida pelo público, que pôde acompanhar durante quatro anos a trajetória e o desenvolvimento do jovem em sua jornada da adolescência para a vida adulta. Vemos na série a importância da família e dos amigos para que Sam possa superar as adversidades, fazer suas escolhas e viver sua própria vida. Atypical é leve, inteligente, bem humorada e necessária.

Bullying é um tema frequente na trama e frequente na vida real, em especial no ambiente escolar. Dada a importância do tema, 07 de abril foi eleito como “dia nacional de combate ao bullying” e 20 de outubro eleito “dia mundial de combate ao bullying”. Trata-se de uma prática covarde, que consiste em violência física e psicológica, direcionada a um alvo invariavelmente mais vulnerável. Não é “mimimi”, nem “coisa de geração Nutella”, muito menos é um ato inofensivo, o bullying pode ser o pivô de uma série de transtornos mentais, como depressão, ansiedade, transtornos de personalidade, transtornos alimentares, entre outros. Precisa ser condenado e combatido. Para tanto, devemos ensinar respeito e tolerância pelas diferenças. Autistas são “vítimas naturais” de bullying e não é infrequente vermos notícias de jovens que tentaram suicídio após ser alvo desse tipo de agressão. Estejamos atentos. E se você está sofrendo e/ou conhece alguma vítima de bullying, não se cale, converse com alguém de sua confiança e procure ajuda profissional. É preciso agir.


O suicídio é uma tentativa desesperada de acabar com um sofrimento que se crê interminável e pessoas que sofrem com transtornos mentais são mais suscetíveis a apresentar comportamento suicida, que precisa ser prevenido. Para tanto, devemos sempre buscar ajuda médica ou psicológica. No Brasil e no mundo, o Centro de Valorização da Vida oferece acesso a uma linha direta e gratuita (188) para escuta acolhedora e prevenção do suicídio.

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