O primeiro surto psicótico e a importância do suporte social em Palavras nas Paredes do Banheiro
- kylquintela

- 31 de jul de 2022
- 2 min de leitura

Adam é um jovem colegial que vive momentos de muito estresse desde que começou a ouvir sons e vozes que não provêm do meio externo. Inicialmente ciente de que as “vozes” que o perturbam não passam de “coisas da sua cabeça”, o rapaz percebe que cozinhar distrai a sua mente dessas “invasões”, durante um tempo, e se dedica cada vez mais à culinária, alimentando o sonho de cursar gastronomia. Disposto a poupar sua mãe desse problema, o rapaz não revela o que está vivenciando, até que é acometido de seu primeiro surto psicótico durante uma aula.
Diagnosticada esquizofrenia, o adolescente inicia uma série de tratamentos com pouca resposta, até que se voluntaria para participar de um estudo sobre uma nova substância. Na ocasião, suas alucinações já tomaram forma e até assumiram personalidades complexas. Uma representação bastante semelhante à do filme “Uma Mente Brilhante”.
Esquizofrenia é um transtorno psicótico caracterizado pela presença de delírios e alucinações (mais comumente alucinações auditivas. Alucinações visuais são extremamente raras, nesses casos, diferente do que é retratado no filme). Além das características mencionadas, alteração de sono, isolamento, ansiedade, depressão, entre outros problemas, podem estar presentes. A condição se manifesta, mais comumente, no início da vida adulta, sendo mais raras as manifestações tardias. O diagnóstico precoce e as intervenções terapêuticas assertivas e eficazes são cruciais para a preservação da integridade mental do indivíduo, possibilitando à pessoa com esquizofrenia conviver em sociedade e funcionalmente, com melhor qualidade de vida. Como em toda condição psiquiátrica, o apoio social é crucial para o sucesso terapêutico. No caso de Adam, o amor, o apoio e o acolhimento de sua família são um enorme diferencial para que ele se recupere e desfrute de uma vida o mais plena possível. “Palavras nas Paredes do Banheiro” traduz a angústia de quem sofre com um transtorno tão invasivo quanto a esquizofrenia e o impacto que o adoecimento proporciona, também, à família. Cuidar de quem sofre e cuidar de quem cuida é extremamente importante para minimizar esses prejuízos.
Pessoas com transtornos mentais existem e estão em todos os lugares; conhecer os aspectos do adoecimento mental e o sofrimento interno que proporcionam é fundamental para o desenvolvimento da empatia, característica necessária para o acolhimento sincero, sem julgamentos, e para o enfrentamento da psicofobia.
Se você se identifica com as características mencionadas, não tenha medo, nem vergonha, procure ajuda médica. O diagnóstico e o tratamento precoce salvam vidas.
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