Empatia é bom e todo mundo gosta
- kylquintela
- 17 de jul. de 2022
- 2 min de leitura

“POSE” é uma impactante série que retrata a luta pela sobrevivência de membros da comunidade LGBT+ na Nova Iorque dos anos 1980 e 1990. Arrancados do convívio de suas famílias, por não estarem de acordo com a heteronormatividade imposta por uma sociedade hipócrita em sua essência, muitas dessas pessoas povoavam as ruas de Nova Iorque, sujeitas a todos os tipos de preconceito, privações, abusos e crueldade. Jovens com sonhos diversos, como ser bailarino, enfermeiro, contador, cantor... ser feliz, agora precisam lutar para sobreviver a um mundo que os quer destruir. “POSE” mostra o glamour dos bailes onde a comunidade LGBT+ vive a fantasia de pertencimento, enquanto os bastidores denunciam as consequências da rejeição, do sofrimento e a sombra do HIV/AIDS. Além do mais, pessoas LGBTQI+ são, em elevada proporção, vulneráveis e suscetíveis ao sofrimento mental: depressão, ansiedade, transtornos dismórficos, transtornos alimentares, entre outros. Precisarão de ajuda profissional em algum momento e muitas não se sentem confortáveis em buscar atendimento, por medo de não serem acolhidas em sua integralidade.
A série é uma ótima oportunidade para o exercício de empatia. Enxergar “de perto” uma realidade tão distinta à nossa e não se sensibilizar é um atestado de desumanidade. Conhecer e reconhecer os sentimentos das outras pessoas é fundamental para o exercício da medicina, em especial no contexto da saúde mental, por isso, busco aproveitar todas as oportunidades para melhor compreensão de qualquer realidade que não seja a minha realidade (minha realidade, sua realidade, a realidade do outro são apenas fragmentos de uma realidade vasta, diversa e tão heterogênea que só pode (r)existir se houver, acima de tudo, respeito).
“Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.” - Declaração Universal dos Direitos Humanos
“Tire o seu preconceito do caminho, que eu quero passar com a minha dor”
Comments