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Uma advogada extraordinária - e autista

  • Foto do escritor: kylquintela
    kylquintela
  • 17 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

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"Uma advogada extraordinária" é o mais novo drama coreano que conta a história de Woo Young-woo, uma jovem e promissora advogada e autista que começa uma nova etapa de sua vida em um grande escritório de advocacia coreano. Woo era uma criança tímida, isolada, fascinada por baleias e que não falava até por volta dos seis anos de idade. Recebeu o diagnóstico de autismo ainda na infância, quando também foi identificada como superdotada.

Foi criada pelo seu pai, que se esforça ao máximo para que ela desenvolva habilidades sociais e idenpendência, respeitando suas limitações e estimulando suas potencialidades.

Apaixonada pelas leis, Woo irá utilizar toda a sua inteligência e criatividade, enquanto enfrenta os obstáculos inerentes ao TEA, para defender os direitos dos seus clientes.

A série estreou em julho de 2022 e os episódios são lançados semanalmente.

Para quem se interessa em conhecer as nuances desse espectro e a quem busca representatividade, vale à pena conferir.

O autismo em mulheres é pauta de bastante discussão, em especial, no que diz respeito ao diagnóstico. Pessoas do sexo masculino ainda apresentam maior prevalência de diagnóstico que pessoas do sexo feminino. O autismo, como um transtorno propriamente dito, começou a ser estudado na década de 1940, mais intensamente pelos psiquiatras Leo Kanner (nos Estados Unidos) e Hans Asperger (na Alemanha) em um contexto em que às mulheres se reservava o diagnóstico de histeria e a essas mesmas mulheres se demandavam (e ainda demandam) maiores níveis de interação social. Várias correntes de estudo lançam hipóteses acerca das diferentes manifestações do TEA entre os sexos, entretanto, nenhuma evidência é apontada como resposta. Aqui vai uma opinião embasada na clínica do autismo e resultados de estudos até então, mas não confundam com fatos e evidências: de modo geral, o TEA em homens e mulheres de nível 2 ou 3 de suporte não apresentam clínica distinta, enquanto que no TEA de nível 1 de suporte observa-se (será?) uma "melhor atuação das mulheres em relação às demandas sociais. Mas será que o que reconhecemos como "melhor adaptação" não é apenas a "versão autista" das resposta às demandas sociais que se exigem de homens e de mulheres? Desde novas, meninas/mulheres são cobradas a estar presentes nas reuniões de família, a ser graciosas, atenciosas e servis, a menina que se recusa a "estar à mesa" com os parentes certamente "tem algum problema"; aos meninos/homens é reservado o papel de "provedor", cabe-lhe estudar, trabalhar e pagar as contas, sobre aquele menino que prefere estar só "é o jeito dele, compenetrado e focado". As demandas sociais diferem em relação ao sexo, então, assim como influenciam o comportamento de mulheres neurotípicas, certamente influenciam as neurodivergentes. Alguns estudos apontam para a pressão social como ponto principal para as divergências (sutis, repito) entre os quadros de autismo em meninos e meninas - elas têm maior necessidade de camuflar seu comportamento perante a sociedade, o que pode precipitar quadros de depressão e ansiedade. Somado a isso, a falta de conhecimento acerca do diagnóstico de autismo e um olhar apurado para as peculiaridades da manifestação do transtorno no sexo feminino resultam em atrasos no diagnóstico nessa população.

Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficit na interação e comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento. Por se tratar de um espectro, varia conforme intensidade e características, mas, invariavelmente, acarreta prejuízos, em especial se não for diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.

Se você se identifica com os critérios para diagnóstico de autismo, procure uma avaliação médica.

Para saber mais sobre autismo em mulheres, confira aqui -> autismo em mulheres





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