Autismo e Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia
- kylquintela
- 12 de abr. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de abr. de 2022

"Um Milagre, Ali Vefa é um jovem autista que desde criança sonhava em ser médico. Sua infância difícil no interior da Turquia foi marcada por abandono, violência, bullying, capacitismo e psicofobia. Nessa época, seu único amigo e protetor, era seu irmão mais velho, que morreu tragicamente em um acidente, quando Ali era ainda muito novo. Após esse episódio, o jovem recebe o apoio do Dr. Adil, que se torna sua principal referência.
Graduado e com uma mente brilhante, (é descrito que Ali tem Síndrome de Savant, embora não apresente déficit intelectual, esperado nessa condição), devido à sua memória infalível, Ali é convidado pelo Dr. Adil a ingressar no programa de residência médica em cirurgia em um grande hospital de Istambul, porém, é novamente vítima de rejeição e preconceito (desta vez, no próprio meio médico). Ao conseguir a oportunidade de ingressar no programa, após várias concessões de seu mentor, Ali terá que provar que o autismo não será um empecilho para que exerça a medicina, como pensa (e deseja) a maioria. A partir daí acompanhamos a rotina do Dr. Ali Vefa para superar suas dificuldades e os desafios impostos pelo sistema.
A série é emocionante, com cenas marcantes, e convida a várias reflexões. Entretanto, tenho algumas críticas, não só às péssimas representações de procedimentos médicos (portanto, não as tomem como referência de prática médica), mas às oportunidades perdidas para alertar sobre a existência das diversas alternativas terapêuticas que são tão importantes para melhorar a qualidade de vida dos autistas. Ao longo da série, o principal questionamento, depois de “como o ser humano consegue ser tão cruel com seus semelhantes?”, é “por que Ali não está em acompanhamento multiprofissional?” e o principal sentimento é “talvez ele não precisasse sofrer tanto, se tivesse acesso ao suporte profissional de que precisava” e, claro, se houvesse uma política de inclusão efetiva.
Embora precisemos remediar a sociedade doentia que discrimina e rejeita as diferenças, enquanto essa solução não está disponível, devemos lançar mão dos recursos terapêuticos que possam auxiliar e minimizar o sofrimento dos neurodivergentes. É como diz o “filósofo contemporâneo ‘Anônimo’”: “a gente precisa de terapia para lidar com pessoas que deveriam fazer terapia e não fazem”.
Psicofobia é o preconceito contra pessoas que apresentam transtornos mentais e deve ser combatida. A melhor forma de enfrentá-la é informar sobre o tema e denunciar o ato. Hoje é o “Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia”. Vamos juntos nessa campanha!
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