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"O príncipe perdido" - drama conta a história do jovem príncipe que tinha epilepsia

  • Foto do escritor: kylquintela
    kylquintela
  • 12 de set. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de set. de 2022


O Príncipe Perdido é uma minissérie da BBC que conta a história do príncipe John, tio da rainha Elizabeth. Baseado em sua biografia, a série retrata a curta vida do filho mais novo do Rei George V e que sofria de epilepsia. John nasceu uma criança saudável e aparentemente teve seu neurodesenvolvimento habitual, embora desde muito cedo demonstrasse algumas alterações comportamentais que não eram bem-vistas pela corte. Os relatos contam que o jovem príncipe era extremamente sincero, honesto e que apresentava dificuldades para compreender e obedecer a ordens. Embora não tenha apresentado atraso na fala, Johnny manifestou dificuldades para o aprendizado formal e um desempenho abaixo da média em testes de QI que falharam em mensurar de forma qualitativa as suas habilidades intelectuais e cognitivas. O pequeno John era um rapaz sensível e inteligente, porém, por não conseguir se adequar às demandas da sociedade, era visto por alguns como “inábil”. Após apresentar sua primeira crise convulsiva documentada, os médicos que o avaliaram recomendaram “isolamento total”, sugerindo que o garoto fosse retirado do convívio da sociedade, pois à época, pessoas que padeciam desse mal eram vistas como incapazes de conviver em sociedade. Os médicos também atestaram que John não conseguiria progredir no aprendizado. Após alguns anos, a família real envia o garoto para uma instalação fora da corte, com sua babá Lalla. É Lalla quem investe no aprendizado de John e não desiste de acreditar no seu potencial. A dedicação e o amor da governanta são um fator crucial para que o pequeno príncipe pudesse desenvolver os seus potenciais, era um talentoso jardineiro, amante da natureza e tinha inclinações artísticas. Alguns relatos sobre a vida do príncipe real contam que ele apresentava, além de déficits na comunicação social, comportamentos ritualizados, o que para alguns estudiosos sugere que ele teria sido uma criança autista. John faleceu aos 13 anos de idade, em 1919, após uma crise convulsiva.

A história de John não é muito diferente das histórias de tantas pessoas acometidas de algum transtorno mental ou neurológico. Por milênios, essas pessoas foram vistas como amaldiçoadas, ou possuídas, ou “loucas”, ou socialmente inadequadas, sempre rechaçadas, por muitas eras excluídas e só mais recentemente compreendidas (ou algo próximo de alguma compreensão). Os avanços nas ciências nos permitem entender melhor essas condições que sempre desafiaram a prática médica. Hoje, dispomos de mais recursos para diagnóstico e tratamento precoces que são cruciais para proporcionar melhor qualidade de vida. Além de acesso a informação, fundamental para desmistificar temas de tamanha relevância.

Quer tenha sido autista ou não, o jovem John sofreu o que tantos sofrem ainda hoje, rejeição e incompreensão por parte da sociedade, mas também incentivo daqueles que o amavam.



*Para o diagnóstico de qualquer condição médica, é imprescindível uma avaliação direta do indivíduo. As suposições acerca das condições de saúde do personagem apresentado não retratam necessariamente a realidade.

 
 
 

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