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O Resgate de Ruby - TDAH e superação

  • Foto do escritor: kylquintela
    kylquintela
  • 2 de mai. de 2022
  • 3 min de leitura

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Existe coisa melhor que filmes com “doguinhos”? Talvez, filmes com “gatitos"... Difícil decidir (então, vamos empatá-los). Em “O Resgate de Ruby”, Daniel O’Neil é um policial dedicado que sonha em se tornar agente da unidade K-9 (unidade de resgate formada por policiais e cães farejadores), para isso, precisa provar que, mais que boa vontade, consegue evitar distrações e focar nas missões, além de treinar um cão farejador para ser seu companheiro de resgaste. Ruby é uma cadela mestiça de Border Collie, cheia de energia, cuja vida está ameaçada, pois não consegue encontrar uma família que lhe dê uma verdadeira oportunidade. O que Ruby e Daniel mais têm em comum são vidas marcadas pela falta de estímulo, oportunidades e compreensão (além de uma vocação impressionante para ajudar as pessoas). Devido à dislexia e ao Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), Daniel precisou enfrentar uma série de dificuldades, em especial, na escola, além de ser constantemente vítima de bullying e preconceito. Embora a falta de recursos e adaptação para seu aprendizado, o jovem conseguiu se sobressair, à medida em que aprendia a respeitar seus limites e desenvolver suas potencialidades. Inspirado em sua própria história, e com o apoio da família e amigos, Daniel decide apostar em Ruby e treiná-la para ser o melhor cão farejador de todos os tempos.

O Resgate de Ruby é baseado em uma história real e encantadora.


Mas você sabe o que é TDAH?


O DSM-5 classifica o TDAH no grande grupo de transtornos do neurodesenvolvimento, logo (ainda que não diagnosticado), entende-se que essa condição deve se manifestar ainda na infância. É caracterizado por um “padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou desenvolvimento do indivíduo” (APA, 2014). Note-se que a pessoa com TDAH não necessariamente irá apresentar as duas disfunções (hiperatividade e déficit de atenção), embora isso possa ocorrer em alguns casos; verificam-se três subtipos de TDAH: apresentação combinada (manifestando déficit de atenção e hiperatividade), apresentação predominantemente desatenta e apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva. Para a definição do diagnóstico, são listados uma série de sinais e sintomas (de hiperatividade e/ou déficit de atenção), como dificuldade de manter atenção e de organização, perda de objetos com frequência, distrair-se facilmente, interrupções frequentes, dificuldade para esperar sua vez, dificuldade para permanecer parado/sentado, inquietude constante, que precisam se apresentar em conjunto (variando conforme indivíduo) antes dos 12 anos de idade. Além do mais, os sintomas devem causar disfunção, ou redução da qualidade de vida, se manifestarem em pelo menos dois ambientes distintos (escola, casa, trabalho) e não serem mais bem explicados por outras condições médicas.

Alguns estudos apontam que a prevalência do TDAH varia conforme a população. Sendo que em alguns países, como Inglaterra e França, observa-se menor prevalência desse transtorno, se comparados aos Estados Unidos, por exemplo (e ainda dentre a população desse país, verifica-se menor prevalência de diagnóstico entre latinos e afro-americanos). Não se sabe ao certo o que justifica essa variação, mas há indícios de que a forma como as diferentes culturas lidam com o desenvolvimento infantil pode ser um fator que influencie essa constatação. Na população geral, a prevalência varia entre 2,5% e 5%, ao longo da vida.

O diagnóstico é clínico – não há exames específicos que identifiquem a condição –, e deve ser conduzido com bastante atenção e cautela, a fim de evitar erros no diagnóstico (para mais ou para menos). O tratamento se baseia, principalmente, em terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos específicos para a condição, ou para o tratamento de comorbidades – sendo as mais comuns transtorno de oposição desafiante (TOD), transtorno da conduta, transtornos de tique (como Síndrome de Tourette).

Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, melhores são as perspectivas para quem tem TDAH. As adaptações escolares para a promoção de uma educação inclusiva também devem observar as peculiaridades e necessidades das pessoas com esse transtorno, a fim de promover equidade no acesso ao aprendizado e às oportunidades e melhor qualidade de vida.

Se você se identifica com as características do TDAH, procure um médico para uma avaliação. Os benefícios do tratamento são observados em qualquer momento da vida, mas quanto mais cedo tratar, melhor. 🖖🏻


Referência

American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014. 8582711832.

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