Setembro Amarelo, 2021: Agir salva vidas!
- kylquintela
- 19 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de set. de 2021

Setembro foi escolhido em 2014 como o mês para conscientização e prevenção ao suicídio (ato e intenção de tirar a própria vida).
O tema ainda está envolto em uma série de mitos, estigmas e tabus, o que dificulta a busca e a oferta de ajuda e a compreensão acerca do mesmo.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, uma média de 800mil pessoas ao redor do mundo tiram a própria vida anualmente. Estima-se uma morte a cada 40 segundos, a nível mundial, e uma tentativa de suicídio a cada três segundos. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio. O país figura em oitava posição no ranking mundial de mortes por suicídio.
Os estudos apontam que mais de 90% dos casos de suicídio estão associados a uma doença mental. Cerca de 95% das mortes por suicídio são evitáveis. Para tanto, precisamos falar sobre o tema, precisamos agir de forma preventiva.
Algumas medidas podem e devem ser adotadas para prevenção do suicídio:
1. Desmistificar: Suicídio não é falta de deuses, de fé, de força de vontade, de namorado(a), entre outras “causas” atribuídas ao ato. O tema é extremamente complexo e envolve uma série de fatores de risco que, combinados, podem levar ao suicídio. Dentre eles, transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, abuso de substâncias (etilismo), entre outros; idade (jovens – entre 15 e 29 anos – e idosos – acima de 70 anos), sexo masculino, história prévia de tentativa de suicídio, desemprego, estresse agudo/crônico, doenças crônicas, são alguns dos fatores associados a maior risco de suicídio;
2. Tratar: Diagnóstico e tratamento precoces de transtornos mentais são extremamente importantes para a prevenção do suicídio. Estar atento a mudanças de comportamento, de pensamento (pensamentos negativos, pensamentos de morte), humor, energia, alterações do sono é importante para a compreensão da necessidade de se buscar ajuda profissional, a fim de definir causa e abordagem terapêutica (medicamentos, psicoterapia, etc);
3. Empatia: Colocar-se no lugar do outro, a fim de compreender os seus sentimentos é uma importante habilidade para ajudar aqueles que estão em sofrimento;
4. Não julgar: A pessoa que decide por abreviar a sua vida está, de modo geral, sob efeito de alterações biológicas (associadas a outros fatores) que precipitam esse comportamento. Falas depreciativas, ou que de alguma forma desdenham do sofrimento alheio são desaconselhadas. Ao estar diante de uma pessoa que expressa a intenção de se matar, estimular a busca por ajuda médica é essencial;
5. Informação: Falar de forma responsável e pautada em evidências científicas é uma poderosa aliada para a prevenção. Informe-se e compartilhe boas referências sobre o assunto. Quanto mais pessoas estiverem a par do tema, mais preparadas estarão para ajudar aqueles que precisam;
6. Desenvolvimento de uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio.
Vamos juntos salvar vidas!
Participe dessa campanha. Lembrando que a prevenção deve acontecer o ano inteiro.
Conheça, também, o trabalho do Centro de Valorização da Vida.
Utilidade pública: O artigo 122 do Código Penal Brasileiro tipifica o crime de incitação ao suicídio – “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.”
Foto: Caminhada pela vida, Belo Horizonte. Setembro Amarelo 2018.
Referências:
- CFM; ABP. Suicídio: Informando para prevenir. Brasília, 2014.
- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Boletim Epidemiológico., vol 48, n 30, 2017. Brasília.
⚠️ Todas as informações contidas nesta publicação têm caráter informativo, portanto, não devem ser utilizadas para autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Se julgar necessário, procure atendimento médico.
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